Exposição ínfima

Parece que explodiram tempos dentro de mim. As desordens das coisas e das ações me trazem a um profundo desgaste na criação do que eu estou sendo.
O vento do acaso faz escolhas desordenadas e assisto a isso como se não fosse minha vida em jogo, fosse a de uma alter ego apático.
O ódio aparece como uma ponta de faca que abraça meu estômago a fim de esvaziar todos os sentidos.
O amor salva o que há de melhor em mim e a ética vai varrendo tudo isso.
E como uma bela menina agarrada em ilusões que apareço, a projeção de uma vida melhor está sempre prá depois. Depois que está mergulhado em tempos futuros nada ordenados. Apenas mergulhados.
É uma forma muito maior em se desprender do que não é imaginado que propriamente uma meta.
Não há meta!
Não consigo ser pragmática nem no dedinho da mão.
E começo a duvidar que isso seja bom, porque me castra até no vivencimento da imaginação.
A imaginação se fecha nela mesma, encorparda num sentido a posteriori e niilista no tempo.
O que parece uma afirmação otimista das coisas é apenas uma artifício velado do que não se é.
Bom, que bom que acredito que não se é.Que bom que o movimento já demonstrou diversas vezes como é sábio e como influência na vida de ludmila.
Posso estar sendo exposta demais, aberta demais.
Mas que eu seja, a metáfora às vezes é uma boa fuga, e o meu processo é de abrir para o real, usando da metáfora como uma legítima afirmação do otimismo.
Será que estou sonhando?