28 fevereiro 2010

permanência

O sol risca no futuro um milhão de anos;uma larga trilha amarela;

indo a uma distância infinita desta casa e cidade;

indo tão longe que nada a não ser o mar permanece,

estendendo-se chapado, com sua infinidade de rugas,

sob a luz do sol.” Condolência - Virgínia Woolf




Aprende-se que as permanências são grandes demais frente ao tempo da vida. São tão sutis que permanecem mesmo em seu único aparecer. Pois, o sol que bate todo dia na janela cheia de poeira, muda sem quase nenhuma mudança, vagaroso. Pois cada sol, incandesce diferente.

Nos dias humanos, as imperfeições evidenciam os únicos, milhões de únicos atos humanos. Às vezes me parece que essa diferença de todo dia, do dia-a-dia, ela é evidente frente às mudanças vagarosas do sol. E desta evidência do movimento, do que aparece tão humano, é que se encontra, no infinito, finalmente, o eterno.

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